Nascido em Limeira, Attílio Dextro dedicou sua vida ao esporte, sendo homenageado com os títulos de Cidadão Americanense e Cidadão Barbarense. Querido entre os amigos que conquistou no exercício da profissão, sobretudo em Americana e Santa Bárbara d’Oeste, Attílio Dextro é lembrado pelos amigos pelo caráter rígido, a dedicação ao esporte e o cumprimento firme dos deveres.Faleceu em outubro de 2002, deixando muita tristeza e saudades nos corações barbarenses, entretando, deixou também um exemplo de caráter e cidadão a ser seguido.
Em abril deste mesmo ano, ao completar 87 anos, Attílio Dextro foi homenageado pelo jornalTodoDia. Na ocasião ele lembrou os melhores momentos de sua vida, entre eles, a passagem pelo Exército Brasileiro, sobretudo no período da Segunda Guerra Mundial, na década de 40, quando foi atuar na cidade de Santos. Um dos episódios lembrados por ele ocorreu na praia de Juqueí, onde ajudou a defender a costa paulista no caso de invasões. Seus irmãos João e Salvador, que ainda vivem, também serviram ao Exército, tendo ambos atuado na Revolução Constitucionalista de 32.
Contador de histórias Uma das passagens que Attílio Dextro registrou em um de seus muitos artigos, detalha sua viagem a Mato Grosso, em 1947, onde teve a missão de resgatar os ossos de seu cunhado que havia sido assassinado. O professor-escritor contou que em 1940, seu cunhado Ari Meirelles, filho de Domingos Meirelles, foi assassinado no Mato Grosso, durante uma missão do Exército. O corpo foi enterrado em um pequeno cemitério, cercado por arame farpado para não ser invadido por animais, numa localidade chamada Porteira.
Anos depois, de tanto ver sua sogra chorar pela morte do filho, tão longe, resolveu fazer a viagem para saber com detalhes tudo o que havia acontecido e trazer para Americana os restos mortais do cabo Ari Meirelles. A história, escrita em três laudas, é longa e conta detalhes da época, quando a região para onde foi se aventurar, era constantemente ameaçada por uma quadrilha chefiada por um bandido conhecido como Flores. Depois de viajar de trem, “jardineira”, ele chegou a Bela Vista, às margens do Rio Apa, que separa o Brasil do Paraguai.
Com o apoio do Exército, conseguiu dois soldados e, no lombo de um burro, teve que cavalgar 20 horas para chegar ao cemitério de Porteira. Ele colocou os ossos em uma urna que havia providenciado, depois de lavá-los em um riacho e iniciou a longa viagem de volta, sendo esperado por toda a família, cheia de emoção, na Estação Ferroviária.
(Jorge Palma)
100 prêmios acumulados
Como professor, Attílio Dextro acompanhou todo o desenvolvimento educacional de Americana e região. Formado em Educação Física dentro do Exército, foi o primeiro a ministrar aulas da disciplina em um estabelecimento oficial de Americana, lecionando também em Brotas, Duartina e Jaú, sempre como professor interino. Ao sair da Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro, Attílio Dextro foi contratado pelos Müller Carioba para ser professor particular da família e também ministrava aulas no Grupo Escolar Carioba.
Em 1953, depois de prestar concurso e já como professor efetivado, começou a atuar como professor em Santa Bárbara d’Oeste na Escola Comendador Emílio Romi, onde trabalhou por 19 anos. Se aposentou ao completar 25 anos de trabalho por ter participado de três operações bélicas, sendo considerado ex-combatente da 2ª Guerra Mundial. Durante os anos em que se dedicou ao esporte, acumulou cerca de 100 troféus, medalhas e placas por participações esportivas.
Na década de 90, o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho assinou a lei que denomina a escola do Jardim dos Cedros, em Santa Bárbara d’Oeste como Escola Estadual Professor Attílio Dextro. Em Americana, Attílio Dextro lecionou nas escolas Alcindo Soares Nascimento, Presidente Kennedy e Heitor Penteado, entre outras. Foi aposentado compulsoriamente, pela segunda vez, ao completar 70 anos de idade.
Fonte: Jornal Todo Dia
